quarta-feira, 28 de julho de 2010

terça-feira, 27 de julho de 2010

Desejo que a noite chegue



Ando sozinha pela noite, desejando que as pessoas não comecem a se levantar...
Na luz do dia sou obrigada a percorrer caminhos desconhecidos e me deparo com aquelas pessoas que eu receava encontrar...
Há rostos familiares, mas estas almas que eu não reconheço e nem o mistério do olhar consigo decifrar...
Tão perto e tão distantes, olhares anestesiados, racionais por demais, feitas de tijolos, muro que não consigo ultrapassar...
Como um pedaço de espelho quebrado, vejo nitidamente várias imagens.
Tenho várias faces.
Sou como os outros?
Estou me perdendo e não mais me reconheço.
Acredito em mentiras que sei que não são verdades.
Engano pessoas e me engano.

Quero que o mundo se exploda! 

Mas, tomada por uma sanidade egoísta, lembro-me que estou nele e volto atrás do meu desejo.
Desejo não mais desejar.
Meu corpo já cansado, quer apagar este dia da minha memória 
e em meio ao desespero me pergunto onde estou, quem sou, para onde estou indo.
Uma alegria, uma decepção, uma tristeza... qualquer coisa! 
Preciso sentir qualquer emoção para que eu possa me resgatar,
para que eu me dê conta que não sou um deles,
para que eu me sinta viva...
A noite chega, volto correndo para me refugiar em meu mundo, 
percorrer errante e sozinha, mas segura.
Agora, o escuro que antes eu tinha medo, é o meu melhor amigo.




domingo, 25 de julho de 2010

Mais um fim de semana se vai e começa tudo outra vez...


terça-feira, 20 de julho de 2010

Nascemos, vivemos e morremos.

Quem me conhece bem sabe que a morte é um assunto que sempre evito falar. Tenho medo! Não, não... tenho pavor!!!
Este pânico imensurável não é medo de morrer, medo do que irá me acontecer depois da morte... isso não... o receio a que me atenho aqui é o da dor, do vazio, da perda, da separação que a acompanha.
Biólogos e religiosos têm teses para tecer sobre o tema, mas que a morte é um mal necessário e natural eu sei, todo mundo sabe..
Falo é tão somente da dor que parece rasgar o peito, que nos paralisa e nos faz achar, irracionalmente,  que este ciclo de nascer, viver e morrer não faz sentido e é injusto.


terça-feira, 13 de julho de 2010

Entre os 11 e 14 anos de idade percorria todos os dias o mesmo caminho para voltar da escola.
Lembro de cada detalhe... dos amigos que me acompanhavam nesse percurso, dos dias de chuva, dos dias de sol e das pessoas que eu não conhecia, mas fizeram parte deste pedacinho da minha vida, pois, naquele momento, nossas vidas se encontravam...
Lembro particularmente de um senhor de estatura muito baixa, franzino, de bigode, tinha um aspecto saudável, sempre sério, solitário, sentado na sacada de sua casa com um rádio portátil do seu lado. Ele não era bonito e a sua corcunda não me assustava. No entanto, aquele ritual praticado todos os dias chamava a nossa atenção e, nas raras vezes que ele não estava lá, meus amigos e eu ficávamos nos perguntando se ele adoeceu, o que tivera ocorrido para ele ter se ausentado? Afinal, era como se tivéssemos um encontro marcado. E neste momento, tínhamos a missão de desvendar a mente daquele homem.
Ele nunca nos olhou, seu olhar parecia ser sempre fixo para dentro de si mesmo. Filhos, netos, irmãos? Não sabíamos se ele tinha. As vezes eu o achava muito sozinho, outrora eu achava que aquele era o momento dele conversar com DEUS.
De certo, ele era um homem misterioso, seu semblante nunca expressou qualquer emoção, nunca o vi cumprimentar as pessoas que passavam pela rua, tão pouco sorrir para alguém. Além da imagem dele sentado na sacada de casa, me recordo das poucas vezes que o víamos varrendo a calçada quando estávamos indo para a escola.
Quando terminei o ginásio, fui estudar longe de casa, o trajeto não era mais o mesmo, e as poucas vezes que passava em frente a casa daquele misterioso homem, nunca o via. Sempre me perguntei se ele ainda estava vivo, se ainda ficava o mesmo horário naquele mesmo local... e hoje, quando passava por lá, o vi varrendo a calçada de sua casa. Era o mesmo de sempre! Não parecia ter envelhecido nadinha...  sua imagem sempre séria, mas sem expressar qualquer sentimentos...
Parece bobagem e até mesmo loucura, mas senti um alívio no peito, uma tranquilidade por ele ainda estar ali... foi como se ainda um pedacinho da minha vida vivesse.
Provavelmente nunca nos falaremos, com certeza ele não se recorda de mim, mas, por um momento, a existência de alguém "des"conhecido alegrou o meu coração.

"Eu escrevo porque não fico bem resolvida como ser humano quando não escrevo".

Quanto tempo faz que não escrevo? Três dias? Uma semana???
Não tenho ideia do tempo exato, mas parece que foi uma eternidade.
Quando me desfiz do papel e da caneta para me refugiar neste blog, os dias que aqui não pude vir, fui tomada por uma inquietude antes desconhecida.
Isso está virando um vício, e um vício bom... rsrsrs


sexta-feira, 2 de julho de 2010


Chega um momento da vida em que é preciso fechar os olhos, voltar-se pra dentro de si e fazer uma faxina na alma.